Por: Bernardo Pereira e Vivian Menegucci
Uma forma eficaz de avaliar o impacto da política do salário mínimo em um determinado governo é analisar o poder de compra do brasileiro em relação à cesta básica. Pesquisas indicam que este ano o impacto no bolso do brasileiro tem sido positivo se comparado aos quatro anos anteriores, visto que o poder de compra mínimo volta a crescer 10,4% em meio a uma queda de 24,3% durante o Governo Bolsonaro. No entanto, o reajuste não é o suficiente para recuperar os danos econômicos acumulados no período do anterior governo e o brasileiro ainda dedica grande parte de seu salário para a consumação da cesta básica. O último saldo positivo foi em 2018, durante o Governo Temer, ponto mais alto do poder de compra do piso em relação à cesta básica.
De acordo com levantamentos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o trabalhador destinou 56% do seu salário mínimo para adquirir uma cesta básica, que em 2023, chega ao valor de em média 600 reais. Também segundo a DIEESE, o atual preço do salário mínimo é cinco vezes menor do que o necessário para suprir gastos mensais básicos como moradia, alimentação, educação, transporte e lazer.
Entre os produtos que tiveram maior aumento no preço, destacam-se o arroz, o feijão, o açúcar e o óleo de soja, todos componentes essenciais na alimentação diária do brasileiro. Conforme pesquisa divulgada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o custo de alimentos básicos segue em alta por quatro semanas seguidas no período entre Fevereiro e Março de 2023. Segundo especialistas, os fatores que contribuem para essa alta nos preços são a desvalorização da moeda brasileira, a situação fiscal do país, a redução na oferta de alimentos e o aumento no custo de produção. Além disso, a pandemia da Covid-19 teve um papel impactante na economia e na inflação, afetando diretamente o poder de compra da população.
Diante desse cenário, neste período de 100 dias, o governo atual tem se empenhado para aumentar o poder de compra, diminuir as altas taxas de juros e consequentemente melhorar os índices econômicos e sociais do país por meio de uma política anual de reajuste do salário mínimo e mudança na taxa de isenção de juros. Com esta reparação, espera-se que a economia volte a girar com maior produção interna e geração de empregos.